Tudo começou em 2002, quando o Gloria (isso, sem acento mesmo), com dois cd’s independentes na bagagem, era um dos destaques da cena paulistana e os caras iam para as lojas da Galeria do Rock com os discos debaixo do braço. De lá pra cá, muita coisa mudou: desde os integrantes do grupo até o lançamento do novo CD e a assinatura de um contrato com uma grande gravadora, a Arsenal Music. A banda passou por várias formações para chegar à atual. Maurício Vieira, o Mi, vocalista, e o baixista João Bonafé estão desde o início. O baterista Fil e os guitarristas Elliot e Peres completam o time.
Entrar para o mainstream não foi motivo de drama para o grupo, garante o vocalista Mi. “É um Gloria de cara nova, mais maduro. A responsabilidade, com certeza, é maior. É uma chance única”. Novos caminhos não o assustam. “Vamos ensaiar legal pra ter um show bacana. A gente não leva a música ‘nas coxa’”, brinca. O quinteto quer coroar essa nova fase com o lançamento do CD homônimo à banda, com 14 faixas, 13 delas inéditas. A música de trabalho é “Minha Paz”, que já tem até clipe na MTV. O álbum, lançado em abril deste ano, foi produzido por Rick Bonadio, renomado produtor que consolidou o CPM22 no cenário nacional e alavancou nomes como NX Zero e Hateen. “Com certeza, um dos melhores cd’s das nossas vidas”, afirma. Mas a segurança da banda em relação à própria música não garantiu que eles ficassem imunes às críticas. “Rolou, até por parte de fãs, que nos chamaram de traidores do movimento. Mas temos que mudar, crescer na vida. No underground, chega uma hora que não se tem para onde ir”, diz. A relação com os críticos também é vista com tranquilidade: “A gente tem que saber lidar, é a opinião do cara [crítico]. Estamos preparados para ouvir os outros.”
Com influências de Slipknot, Linkin Park, Pantera, Sepultura e Guns n´Roses, o Gloria é “uma banda de rock pesado”, segundo o vocalista. Mas, nem por isso, ele se prende a só um estilo musical. “Escuto de tudo. Música romântica, bossa-nova. Adoro Tom Jobim. 24 horas eu vivo música”, revela. A família de Mi e os amigos também têm papel importante em sua formação musical. “Meus pais escutaram muito rock, coisas antigas. Dos amigos, peguei as coisas mais atuais”. Para o vocalista, o incentivo da família é fundamental. “Minha mãe sempre me apoiou. Meu pai, no começo, fazia cara ruim, mas hoje ele gosta. O apoio deles é o que mais importa”, afirma.
Os rótulos, que são tão comuns no universo pop, dados pela imprensa especializada e até mesmo por fãs, não o incomodam. “Pode falar que é emo, que é indie ou rock. Eu nunca liguei”, desdenha dos recorrentes gêneros que são colocados aos artistas. Mi, no entanto, faz uma ressalva quando o assunto é o polêmico estilo emocore: “O brasileiro tem uma visão errada sobre o emo. Até pagodeiro fala, critica. O emo morreu há muito tempo”. Sobre o nome da banda, se alguém estiver pensando que é para uma antiga namorada de algum dos integrantes ou uma homenagem à banda The Doors, que tem a música Gloria entre seus sucessos, está no caminho errado. Mi desvenda o mistério: “Sempre fui fã da banda norte-americana Mineral. É uma música deles”.
Se você está curioso e ansioso quanto à chegada do Gloria em solo belorizontino, Mi, enquanto elogia a galera, também deixa os fãs na ansiedade: “Nada confirmado, mas espero que seja logo, pois adoramos o público de BH”.
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